quinta-feira, 10 de abril de 2008

Diário de Bordo- O Sertão Baiano

Minhas impressões sobre o sertão...
Daiane Vasconcellos


“ É preciso ir ao Sertão com o espírito de penitência, como quem adere a uma romaria para reverenciar lugares sagrados”. Nada se compara a vivência do lugar, as experiências trocadas e a sensação de ver no povo sertanejo, a “aura” acolhedora e hospitaleira. Canudos é assim: uma cidade que possui uma autenticidade vista através do ideal fraterno de comunhão e expressada em cada análise particular.

Despir de valores pré-concebidos e refletir sobre o outro, tornou um dos maiores objetivos dessa viagem. A cultura expressada a toda hora e a qualquer lugar : na fala, nos gestos, religiosidade, manifestações e até mesmo, na forma diferente de se pensar. Se fosse necessário se fazer ausente diante do outro, eu me anularia. Mas, à medida em que eu tivesse uma “brecha” e a oportunidade de chegar: faríamos daquele momento ímpar e rico.

Acredito que essa análise do município e a suas respectivas particularidades, me fez perceber o quão rico e plural é a cultura sertaneja. Antes mesmo desse olhar, tudo soava como algo restrito e limitado à seca, tristeza, sofrimento. Porém, a convivência nesse lugare, acabou por revelar a minha ignorância face ao “desconhecido”, que me ensinou e acrescentou valores para toda a vida.

Por mais que já tivesse ido a essa cidade, as minhas impressões mudaram, revelando uma dinâmica no olhar diante dos valores e percepções daquele povo. Tomando como referência o material de campo, percebi que ainda há lugares em que a história precisa ser mais conhecida pelas próprios moradores. Dessa forma, a valorização da cultura, seria o passo inicial para a gênesis de um trabalho de conscientização da cultura popular.

A experiência vivida em somente 7 dias foi suficiente para substituir qualquer análise acadêmica com fórmulas prontas e previsíveis. E é por tudo isso, que consigo hoje analisar a cultura sertaneja como encantadora e fácil de se apaixonar."

Um comentário:

i.s. disse...

Está aí a ótima cientista social que nós perdemos!